segunda-feira, abril 03, 2006

44) O intrigante caso da fechadura semovente

A noite estava agradável. Nem fria e nem quente. Dr. Lanza, como sempre costumava fazer, estava ao portão olhando o movimento da rua. Gostava de ficar conversando ali. Sempre passavam conhecidos.

Em certo momento, Julio, seu vizinho, passou em sua frente, tentando firmar seu passo, um tanto trôpego. Estava voltando para casa. Eram famosas suas escapadas para ir ao bar. Sua esposa tentou de tudo, mas ele sempre achava uma saída. Ela escondia suas roupas e ele saía só com o roupão de banho. Era terrível!!!

- Boa noite! – disse Dr. Lanza ao vizinho.

- Boa noite! – respondeu Julio, tentando mostrar-se o mais firme possível. Mas não parou. Foi até sua casa, abriu o portão e entrou.

Dr. Lanza recomeçou a conversar e em pouco tempo esqueceu de seu vizinho. Uns minutos depois entrou em casa.

Quando estava em seu jardim, ouviu uns resmungos que vinham do outro lado do muro. Parou um pouco para escutar melhor e descobrir o que acontecia. Era seu vizinho que resmungava sem parar… e os resmungos eram acompanhados de praguejar…

Dr. Lanza ficou intrigado. Pensou que ele, que estava um tanto “alto”, poderia ter caído… Parou para escutar melhor. Os resmungos não cessavam. Só que o praguejar aumentava de tom.

Dr. Lanza não teve dúvidas: acontecia algo com seu vizinho.

Correu para lá. O portão da casa vizinha estava sem cadeado. Foi entrando e logo viu uma cena inesquecível:

Julio, empunhando a chave da casa, resmungando e praguejando. Tentava abrir sua porta, mas não conseguia acertar a fechadura.

Tenta mais para cima. Nada! Pragueja…

Tenta abaixo. Nada! Resmunga…

A fechadura não parava quieta! Subia, descia, virava para um lado, virava para outro. E ele, atordoado, cutucava a porta tentando enfiar a chave. Em cima, em baixo, a esquerda, a direita… Não conseguia colocar a chave na fechadura.

É coisa relativamente normal que pessoas um tanto embriagadas não acertem o pequeno orifício da fechadura… mas aquilo era demais.

Dr. Lanza chegou mais perto para ajudar ao pobre do seu vizinho abrir a porta. Foi então que entendeu o imbróglio… Não era a fechadura que Julio tentava acertar com a chave. Havia uma barata na porta e ele, com a vista embaçada, pensava ser a fechadura.

A barata simplesmente fugia a cada tentativa em acertá-la… subia, descia, virava… e o Julio corria atrás da barata com a chave, pensando que era a fechadura da porta… cutucando aqui e ali, sem sucesso.

Aiaiaí!!!! Será que isso só acontece com tatuianos???

Um comentário:

Anônimo disse...

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