segunda-feira, abril 03, 2006

45) Avistamento ufológico

Rubinho Mortana: um igual a este não apareceu. Não conseguia abrir a boca sem inventar alguma coisa, sem tentar pregar uma peça em alguém. Mas suas brincadeiras eram inofensivas, ou quase!

Quer um exemplo?

Um dia, estava trabalhando no Posto 400, quando entrou para abastecer um Odsmobile Cutlass.

- Bom dia, doutor! – cumprimentou Rubinho ao cliente.

O cliente era o Virgilio Montezzo, que corrigiu imediatamente ao Rubinho:

- Eu não sou doutor!

Enquanto os frentistas cuidavam do carrão, Rubinho, muito sério, conversava com o homem:

- O sr. tá sabendo da grande indústria que está vindo pra Tatuí?

- Não! Que indústria?

- É uma grande indústria metalúrgica. Mais de 1.500 funcionários. É uma fábrica de click de bicicleta!

- Ah, fábrica de bicicletas? – perguntou interessado.

- Não, não! Vai fabricar só o click que vai dentro da catraca das bicicletas. Aquele que faz click-click-click quando pára de pedalar! – explicou Rubinho.

Montezzo olhou meio desconfiado… nem insistiu. Não sabia se era brincadeira, pois a fisionomia do Rubinho parecia de um homem sério. Sei lá o que pensou sobre isso, porque logo saiu dali.

Quando saiu, começaram as risadas. Rubinho estava satisfeito, pois era disso que ele gostava: tentar pregar alguma espécie de peça em qualquer pessoa. Esse era o Rubinho Mortana!

Em uma determinada ocasião, teve um posto de gasolina ali da Rua Onze de Agosto, próximo ao Clube de Campo. Era o Posto Shell Rugosil (pegou algumas letras iniciais de seu nome Rubens Gomes da Silva e criou essa marca).

Certo dia apareceram alguns amigos em seu posto. Entre estes amigos estava o Paulinho Duvirges, que também não deixava passar uma oportunidade para fazer alguém de bobo. Planejaram uma brincadeira para a noite: um disco voador!

Compraram do Osório da Telefônica alguns balões cheios com gás helio, papel celofane de diversas cores, fios, velas e alguns potinhos de iogurte.

Enquanto comiam o iogurte, foram montando o disco voador, ajeitando os balões e amarrando os potinhos de iogurte como se fossem barquinhas. Em cada barquinha colocaram um toco de vela. Tudo enrolado com papel celofane de diversas cores.

Quando escureceu, o apetrecho já estava pronto. E querendo voar, “puxado” pelos balões cheios de gás.

Lá pelas oito horas, acenderam as velas para dar os retoques finais. Conferiram a direção do vento. Soprava do sul para o norte.

- Ótimo, dá pra soltar aqui do posto. – disse Mortana.

E assim fizeram. Soltaram o “disco voador”, que subiu rapidamente, com as chamas das velas cintilando no papel celofane… brilhos mil.

Assim que subiu, tomou direção do centro da cidade.

Nesse momento já havia um monte de amigos no posto. Saíram em 3 carros para acompanhar o disco voador, que lentamente sobrevoava a cidade. Acompanhavam buzinando sem cessar, para chamar a atenção de quem encontrassem pelo caminho.

No escuro, as luzes refletidas confundiam todos

Enquanto desciam, as pessoas ficavam olhando para o céu, admiradas com aquela coisa luminosa. Quem tinha um carro, ia junto para observar de perto o fenômeno. Em pouco tempo o objeto voador ultrapassou a cidade, indo em direção ao bairro de Americana. Nesse momento, o cortejo que o acompanhava já tinha mais de uma dezena de veículos. Todos buzinando. Os curiosos iam juntando-se para ver o tal disco voador.

Estavam quase na metade do caminho do bairro de Americana, quando o vento mudou.

O objeto voador fez uma parada e recomeçou a voar mais ou menos para os lados do Morro Grande, desta vez em velocidade maior, porque o vento soprava forte.

Foi uma grande confusão. Todo mundo queria manobrar o carro ao mesmo tempo. Ronca daqui e ronca dali. A estrada não era pavimentada e os carros faziam levantar uma poeira danada.

Em minutos, todos seguiam de volta para a cidade. Em todos os carros tinha gente com a cabeça de fora, para tentar acompanhar o objeto voador não identificado.

Nesse momento já havia mais de 30 carros acompanhando o disco voador. Quando passavam perto de alguém, apontavam para cima e, para não exagerar, tinha alguns milhares de pessoas olhando para aquelas luzes que cruzavam o céu.

A velocidade do vento aumentava rapidamente, uma chuva forte aproximava-se da cidade. A confusão, o vento, a velocidade que os balões voavam, fez com que não conseguissem alcançar.

- Sumiu! O disco voador sumiu! – disse um dos que por ali estavam.

- Pudera, era rápido demais! – completou outro.

Rubinho, Paulinho Duvirges e os outros amigos estavam sem fôlego de tanto rir. A brincadeira havia sido um sucesso. Os comentários duraram semanas. Isso era o que interessava ao Mortana: fazer os outros de bobo. E fez mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

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