terça-feira, dezembro 06, 2005

14) Televizinho e outros assuntos televisivos

Uma das coisas mais comuns hoje é o televisor. Que casa não tem um, pelo menos? Todo mundo tem um, dois, três, ou mais... ninguém mais lê, nem jornais e nem revistas. A coisa é só na base da novela ou programas de auditório, com seu público sempre seleto e que acredita até no Mickey Mouse: - Ah, isto eu ouvi lá na Hebe, e se foi ela quem disse, deve ser verdade!

Mas nem sempre foi assim... a televisão é uma invenção não muito nova, mas sua popularização no Brasil demorou algum tempo. Nos primeiros tempos um aparelho televisor era caro. Seu preço foi sendo reduzido com a escala de produção.

Nos primeiros tempos, na década de 1950, somente alguns lugares conseguiam captar a imagem, ou melhor, uns borrões que necessitam ser interpretados, para entender o que se passava na TV Tupi, a precursora. Quase que os olhos não conseguiam decifrar aquele amontoado de riscos e rabiscos, além de problemas no controle vertical, horizontal e todos os demais...

Mas o povo foi insistindo em ver aquele caixotinho e a imagem acabou melhorando. Os aparelhos eram raros até na década de 1960. Lembro que na minha casa a TV foi comprada lá por 1963... Não foi muito fácil convencer meu pai comprar uma, mesmo porque era algo bastante caro.

Enquanto ele não comprava, eu era um televizinho. O que é isso? É alguém que assiste TV na casa do vizinho.



Se hoje isso é raro, nessa época as casas que tinham aparelho televisor ficavam lotadas. Na sala e na janela, se tivesse essa possibilidade.

Pois bem, na Travessa da Matriz, onde eu morava, meu vizinho Luizinho de Barros, tinha uma bela TV em sua sala. Como a sala era em “L”, o aparelho ficava bem de frente para a porta da área de entrada, e era uma porta com um grande postigo de vidro.

A assistência televisiva da casa do Luizinho ia se ampliando, vindo gente de longe para assistir a programação da TV.



A calçada em frente da porta da sala estava sempre cheia de gente, que se amontoavam para melhor assistir aos programas. Para que a assistência pudesse ouvir direito o som, o Luizinho deixava aberto o postigo, melhorando a imagem e permitindo que a assistência pudesse escutar o som da TV.

Isso não era exceção, pois as casas com TV eram sempre as mais visitadas...

Tatuí teve seu momento de glória nos anos 70. Quando havia um concurso criado por Silvio Santos, chamado “Cidade contra Cidade”, quando duas cidades enfrentavam-se na TV, cumprindo uma espécie de gincana. Este foi o momento glorioso de Tatuí: a cidade toda esteve presente no programa que quase nem sobrou gente para assistir... A cidade adversária foi Lorena, próspero município do vale do Paraíba.
Tatuí foi a grande vencedora!


Pois bem, aqui ocorreu um fato que merece ser registrado:

Dentre as tarefas a ser cumpridas, tinha uma lá que deveria mostrar o que a cidade fazia de importante, comparando as duas cidades.

Lorena, importante centro tecnológico, apresentou mísseis e foguetes construídos na cidade, com a mais avançada tecnologia da época. Essa atividade ainda rende frutos para o município e até mesmo ao país, devido à exportação e à substituição de importação de equipamentos para as forças armadas. Os equipamentos apresentados custavam caríssimo. As pessoas que foram levá-los ao programa tinham que ter boa qualificação para responder perguntas sobre os mísseis e foguetes, eram todos técnicos ou engenheiros. Não precisa nem lembrar que os foguetes e mísseis não estavam com combustível.

Tatuí, em contrapartida, apresentou o Cordão dos Bichos para concorrer com os mísseis e foguetes de Lorena. Os problemas resumiam-se ao “combustível” do cordão, que no caso de Tatuí foi devidamente abastecido. O Moacir regou os carregadores dos bonecos com o que havia de melhor em termos de cachaça. E em quantidades expressivas. Foi tanta pinga que o Antenor, o sapo do cordão dos bichos, perdeu o seu tênis verde, que na ocasião era uma raridade e difícil de encontrar. Foi a glória! Os bois premiados do Altair “obraram” em grande quantidade no palco do Silvio Santos e alguns “bichos” do cordão vomitaram... Fora isto, tudo correu bem e a cidade foi a vencedora.

Logicamente Lorena ficou inconformada ao perder com tantas boas escolas, empresas de tecnologia de ponta. Como resultado disso, aconteceu uma queima de carnês do Baú em praça pública... depois destes acontecimentos, até o programa acabou!

Já que o assunto é televisão, eis uma ótima sugestão para ajustar a programação da TV:

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